quinta-feira, 21 de outubro de 2010

R.I.P., bi-atch!

Não foi o crime perfeito, mas arquitetado para ser.

Eu não queria machucá-la, mas era preciso esconder as evidências. Uma mulher nunca mataria assim. Se tivesse concordado em simplesmente desaparecer nada teria abalado a nossa relação. Queria ser sua amiga, mas você insistia em querer parecer superior! Sempre insistindo em ficar, em ficar cada vez mais perto. Cada vez mais perto dele.

Não me importa a ordem de chegada, isso nunca foi uma competição.

Nada é perfeito, mas você colaborava tanto para a imperfeição de tudo. Um simples domingo poderia parecer um inferno se você desse o ar da graça, mesmo de longe, mesmo apenas ouvindo o telefone tocar. Era preciso acabar com esse pesadelo.

Você era o pesadelo, entenda. Era melhor ter ido embora. E você pode argumentar que eu nunca lhe dei essa opção e eu lhe diria que isso é apenas mais um de seus jogos. Tente convencê-lo agora que eu não presto, que você é a melhor das mulheres! Acho que na verdade você não consegue mais, não é mesmo? Falta-lhe a coragem? Não, se estivesse viva, você falaria.

Sinto por tirar a sua vida. Mas reitero, talvez você aprenda algo com isso tudo.

Cada um escolhe a maneira que quer viver, e isso pode levar à morte. É a ordem natural da vida. E você escolheu essa maneira de viver: sempre no meio de tudo, no meio dos outros. Não me importa a vida que você leva, importa que você escolheu entrar no meio da minha.

Eu te dei tantas chances de continuar essa sua vidinha. E você insistia em sempre estar na minha.

Olha, ver seu sangue escorrendo, pendurada de cabeça para baixo, como um porco apodrecendo, não foi uma das melhores imagens que tive nos últimos dias. Mas tive momentos piores, como no dia em que ele desapareceu com você no meio da multidão e lhe deu suas mãos para guiá-la. Não sou nem um pouco ingênua de acreditar que aquilo não era um jogo de poder para você. Entenda: eu nunca competi. Sempre fui mais forte. Está claro agora?

Na verdade deveria lhe perguntar à essa altura se já encontrou a luz.

E digo que não irá me agradar ver ele chorando por você amanhã (ou quando for que encontrarem o seu corpo apodrecido). Mas nesses dias, meses (quiça anos!) que você não estiver por perto eu estarei no paraíso. Não porque ele será só meu. Entenda: nem quero ele tanto assim. Mas era tão insuportável o seu comportamento, mal me importava com o que ele estava fazendo, apenas ter você por perto me revirava o estômago. Você precisava aprender a ser menos inconveniente, a ser menos cínica. Queria tanto que entendesse o valor do que estou fazendo. Estou tentando te ensinar a não ser escrota. A ser mulher, a saber que mulheres têm um código e por causa de você pode parecer que não temos.

Será que agora você vai entender de uma vez por todas que fiz um bem para a humanidade, ou ao menos para as mulheres? Será que você vai entender que apenas porque você existe, não quer dizer que ninguém mais pode existir? Que eu respeitava o amor de vocês, mas você não respeitava nem o cigarro que eu fumava?

Desculpa ter ido longe assim, mas parecia que você nunca aprenderia de outra maneira. Quem sabe em outra vida você consiga ser melhor.

R.I.P., BI-ATCH!

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