quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Férias de verão

Começo logo avisando que não tenho talento para sentimentalismos. Ora sou demais (e me passo por maníaca-carente), ora sou de menos (e, consequentemente, sou taxada de coração-frio). Talvez por isso eu não me dê muito bem com despedidas. Simplesmente não sei como me comportar diante da idéia de uma ausência contínua e da possibilidade remota de reencontro. Me recuso a entender por que algumas pessoas que deveriam estar sempre por perto têm que estar a horas (e muito dinheiro) de distância.

Não somos melhores amigos, nem possuímos uma grande história, o que em teoria faria de nossa separação mais difícil. No entanto, possuímos afinidade. Talvez não o mais brilhante, mas sem dúvidas o mais sutil, delicado e penetrante dos sentimentos. O mais independente. O que garante as conversas mais gostosas e descontraídas. E que não precisa de tempo pra existir.

Tudo isso pra dizer que você me fará falta. Bastante falta.

Você foi como férias. Isso mesmo, férias! Daquelas de verão, que trazem muito sol e alegria, mas que infelizmente acabam quando chega a hora de voltar para a realidade. E que ainda assim deixam lembranças, boas lembranças.

Até um dia, quem sabe...

domingo, 24 de outubro de 2010

Hit bottom

Domingo pela manhã vejo CC, Evita e Jackie deitadas no sofá. Mais uma noite daquelas. E me pergunto se o que fazemos seria algum tipo de fuga ou apenas realmente um passatempo. O que, afinal, nos faz assim? Somos essas pessoas sempre? Todo dia no trabalho, na verdade, somos assim? Somos o fundo do poço? Prefiro pensar que não. Prefiro pensar que quando somos assim, somos o nosso máximo e que nada mais irá nos superar e nunca fomos mais felizes e completas.

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

R.I.P., bi-atch!

Não foi o crime perfeito, mas arquitetado para ser.

Eu não queria machucá-la, mas era preciso esconder as evidências. Uma mulher nunca mataria assim. Se tivesse concordado em simplesmente desaparecer nada teria abalado a nossa relação. Queria ser sua amiga, mas você insistia em querer parecer superior! Sempre insistindo em ficar, em ficar cada vez mais perto. Cada vez mais perto dele.

Não me importa a ordem de chegada, isso nunca foi uma competição.

Nada é perfeito, mas você colaborava tanto para a imperfeição de tudo. Um simples domingo poderia parecer um inferno se você desse o ar da graça, mesmo de longe, mesmo apenas ouvindo o telefone tocar. Era preciso acabar com esse pesadelo.

Você era o pesadelo, entenda. Era melhor ter ido embora. E você pode argumentar que eu nunca lhe dei essa opção e eu lhe diria que isso é apenas mais um de seus jogos. Tente convencê-lo agora que eu não presto, que você é a melhor das mulheres! Acho que na verdade você não consegue mais, não é mesmo? Falta-lhe a coragem? Não, se estivesse viva, você falaria.

Sinto por tirar a sua vida. Mas reitero, talvez você aprenda algo com isso tudo.

Cada um escolhe a maneira que quer viver, e isso pode levar à morte. É a ordem natural da vida. E você escolheu essa maneira de viver: sempre no meio de tudo, no meio dos outros. Não me importa a vida que você leva, importa que você escolheu entrar no meio da minha.

Eu te dei tantas chances de continuar essa sua vidinha. E você insistia em sempre estar na minha.

Olha, ver seu sangue escorrendo, pendurada de cabeça para baixo, como um porco apodrecendo, não foi uma das melhores imagens que tive nos últimos dias. Mas tive momentos piores, como no dia em que ele desapareceu com você no meio da multidão e lhe deu suas mãos para guiá-la. Não sou nem um pouco ingênua de acreditar que aquilo não era um jogo de poder para você. Entenda: eu nunca competi. Sempre fui mais forte. Está claro agora?

Na verdade deveria lhe perguntar à essa altura se já encontrou a luz.

E digo que não irá me agradar ver ele chorando por você amanhã (ou quando for que encontrarem o seu corpo apodrecido). Mas nesses dias, meses (quiça anos!) que você não estiver por perto eu estarei no paraíso. Não porque ele será só meu. Entenda: nem quero ele tanto assim. Mas era tão insuportável o seu comportamento, mal me importava com o que ele estava fazendo, apenas ter você por perto me revirava o estômago. Você precisava aprender a ser menos inconveniente, a ser menos cínica. Queria tanto que entendesse o valor do que estou fazendo. Estou tentando te ensinar a não ser escrota. A ser mulher, a saber que mulheres têm um código e por causa de você pode parecer que não temos.

Será que agora você vai entender de uma vez por todas que fiz um bem para a humanidade, ou ao menos para as mulheres? Será que você vai entender que apenas porque você existe, não quer dizer que ninguém mais pode existir? Que eu respeitava o amor de vocês, mas você não respeitava nem o cigarro que eu fumava?

Desculpa ter ido longe assim, mas parecia que você nunca aprenderia de outra maneira. Quem sabe em outra vida você consiga ser melhor.

R.I.P., BI-ATCH!

domingo, 17 de outubro de 2010

No love, just sex...


"Amor é um livro
Sexo é esporte
Sexo é escolha
Amor é sorte
Sexo é imaginação, fantasia
Amor é prosa
Sexo é poesia
Amor é cristão
Sexo é pagão
Amor é latifúndio
Sexo é invasão
Amor é divino
Sexo é animal
Amor é bossa nova
Sexo é carnaval
Amor sem sexo
É amizade
Sexo sem amor
É vontade
Amor é isso
Sexo é aquilo
E coisa e tal!
E tal e coisa!

Ai, o amor!
Hum, o sexo!"

Aniversário da dessintonia entre o amor e sexo. Será que essa maré nunca vai ter fim?

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Relatório: mission field 2

Dia da semana: quinta-feira (afinal, dizem os descolados que quinta é a nova sexta)
Horário: não me pergunte, eu não saberia responder
Local: boa e velha Rua Augusta
Soldados: Anna K., Evita Perón, Coco Chanel, amiga plus (aquela mesma de uma de nossas aventuras anteriormente retratadas) et moi (Jacky Onassis)

Porque nada com as (in)sensatas é previsível. Até um encontro destinado ao planejamento da tão esperada viagem de fim de ano pode se tornar mais do que um simples encontro destinado ao planejamento da tão esperada viagem de fim de ano. Ainda mais se a referida ocasião envolver champagne e cerveja. E tenho dito.

Eis que estávamos em minha casa, decidindo qual das praias paradisíacas de Cuba visitaríamos primeiro em dezembro (ai, essa vida às vezes me cansa!), quando de repente alguma de nós tem uma idéia que, confesso, me pareceu brilhante àquela altura da noite: Villa Country. “Topo, topo, por que não?”, pensei. O nível de álcool já estava elevado e definitivamente seria um desperdício não aproveitar a oportunidade para causar um pouco mais.

Colocamos então nossos uniformes de guerra e nos dirigimos ao Villa Country. Infelizmente (ou felizmente), não conseguimos entrar. Acho que todos os cowboys de São Paulo tiveram a mesma idéia que nós. Guerreiras que somos, porém, não desertamos e seguimos rumo a nosso lugar favorito nessa cidade: Rua Augusta. Resultado: acabamos em uma das baladas de sempre, balada que, inclusive, consiste no local de trabalho de nosso bartender favorito (sim, leitores, aquele mesmo que consegui abater em uma das últimas missões relatadas).

Aquela parecia ter tudo para ser uma noite perfeita. Logo ao entrar na balada já demos de cara com dois de nossos amigos mais próximos, Supla e Dinho Ouro Preto (não, meus caros, ao contrário do que vocês provavelmente estão pensando, refreamos nossa tietagem e contivemos a vontade de tirar foto com essas duas grandes sub-celebridades brasileiras).

Após um reconhecimento geral do ambiente, finalmente chegamos ao bar. E para nossa surpresa (ou não tão surpresa assim, já que esperávamos profundamente que isso acontecesse), lá estava ele. O bartender. “O” bartender, repito, com toda sua saúde. E braços fortes tatuados. Meu primeiro instinto foi checar até que ponto sua memória era boa. Após verificar que meu nome e expressão facial ainda lhe eram familiares, decidi derrubá-lo. Com toda minha persuasão, convenci o cidadão a participar de uma pequena aventura comigo. Mas, responsável que é em seu trabalho de embebedar seus clientes, impôs uma condição: toda nossa aventura teria que se desenrolar em locais secretos, com vistas a não prejudicar em nada seu tão digno trabalho de servir álcool a indivíduos sedentos por diversão. E lá fomos nós. Atrás do bar, no estoque, em alguma esquina deserta...

Enquanto eu lutava pelo time, tivemos uma baixa ao longo da batalha, já que my dearest friend Evita Perón (a.k.a. the group’s workaholic) teve que se retirar do combate por razões profissionais (sim, nas horas vagas a gente também trabalha). Óbvio que com uma a menos em nosso exército, todas as demais tiveram que trabalhar o dobro para garantir o mesmo nível de sucesso. Coco Chanel, por exemplo, deu o seu melhor e conseguiu abater um inimigo de muita saúde e dinheiro no bolso, cujo nome, bem, ela não lembra. Já eu, pelo time, tive que recuar da "Operação Bartender" por alguns segundos para abater um inimigo de alto escalão e que contaria muitos pontos a nosso exército. Mas fiquem tranqüilos, caros leitores, a "Operação Bartender" teve um final feliz (pelo menos pra mim!).

No dia seguinte...

Jacky Onassis: - Anna K., dá uma olhada no cara gato que ta dormindo na minha cama (no mesmo instante, Anna K. olha e dá um suspiro.) O problema é que ele não acorda e eu preciso muito que ele vá embora. Ah, além disso, eu não quero ter que falar com ele e ser fofinha. Você pode, por favor, pedir pra ele sair daqui? Eu me escondo no outro quarto, você diz que eu já saí pra trabalhar e manda o cidadão tomar o caminho da roça. Combinado?

Anna K. (usando nada além de shorts e soutien): - Claro! Mas posso pedir pra ele me pegar antes de sair?

Jacky Onassis: - Be my guest, sweetie! E peça a ele que faça o serviço completo, por favor!

Moral da história: Sempre diga "topo, topo, por que não?". Essa frase tem um poder mágico e torna qualquer coisa possível.

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Easy coming...

Olha, queria te agradecer por ter durado tão pouco. Queria te agradecer mais ainda por ser um escroto. É assim mesmo que eu gosto.

Easy coming, easy going!

Vá embora. Não estou pedindo. Já expulsei.

Vá embora e não volte nunca mais. Juro que não vou pedir para você voltar, nem num dia que eu estiver muito carente. Nem num dia em que eu sentir demais a falta da sua risada e do seu abraço apertado, que sempre me deixa sem ar. Durou tão pouco e foi melhor assim. Era só sexo, lembra? Não quero um filho teu. É, eu posso ser escrota também. Combinamos nisso. Mas não foi o suficiente, eu já te deletei. Entende?

DE-LE-TA-DO!

É tão fácil assim, você foi tão fácil. Vou curar essa ferida com muito álcool, vou curar esse vazio de você com muito champagne, comemorando a minha solidão e a minha (in)felicidade em ser assim, vazia, sem necessidade de ser completa.

Pelo menos, sim, pelo menos não serei uma dessas idiotas apaixonadas que vemos por aí, acreditando que qualquer coisinha é amor.

Amor não existe, entende?

Fairytale

Quero simplemente te usar. Seria tão bom!

Não me preocupar com nada, muito menos com você!

Ter a minha noite garantida e nada mais... E não me importar (nem mesmo um pouco) com as coisas que você faz!

No dia seguinte acordaríamos e cada um seguiria seu caminho, e eu não teria a curiosidade de querer saber o que você faria depois disso.

Eu não alimentaria sentimento algum, simplesmente estaria com você ocasionalmente e nos divertiríamos juntos... Mas NUNCA pensaria em você para além dessas ocasiões!

Nossos momentos seriam os melhores, mas eu saberia que não me importaria com você até vê-lo denovo!

Esse seria meu conto-de-fadas perfeito!

"I could just taste it
If it's not forever
If it's just tonight
Oh, it still the greatest..."