segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

E ela viveu sozinha para sempre...

As diferentes versões do desfecho dessa história pipocavam na minha cabeça por um bom tempo. Por bom digo anos. Até o maldito ponto final.

Eramos apenas amigos, M. Grande e eu. Compartilhávamos sonhos, angústias e, eventualmente, a cama. Era para ser algo (des)complicado, conveniente pode-se dizer. Mas me apaixonei. M. Grande não.

Primeira versão
Pode ser destino, ou uma coincidencia premeditada, mas moríamos novamente na mesma cidade. Ao chegar nessa suposta cidade, ele não esperaria nem um segundo para se declarar. Agiria com surpresa. Pensaria no assunto. No final, moraríamos juntos.

Segunda versão
Pode ser destino, ou uma coincidencia premeditada, mas moríamos novamente na mesma cidade. Ao chegar nessa suposta cidade, ele me apresentaria todos os seus lugares preferidos, seria sua convidada a jantares, finais de semanas em chalés nos alpes, conheceria seus amigos, ficaria amiga de seus amigos. Ele iria falar que era apaixonado por mim. Agiria com surpresa. Pensaria sobre o assunto. No final, moraríamos juntos.

Terceira versão
Pode ser destino, ou uma coincidencia premeditada, mas moríamos novamente na mesma cidade. Ao chegar nessa suposta cidade, nada aconteceria. Não nos encontraríamos, mas também tentaria não entrar muito em contato. Eventualmente voltaríamos a ser amigos, começaríamos a complicar a amizade até que ele iria falar que era apaixonado por mim. Agiria com surpresa. Pensaria sobre o assunto. No final, moraríamos juntos.

Mas eis o que realmente aconteceu...
Pode ser destino, ou uma coincidencia premeditada, mas moramos novamente na mesma cidade. Ao chegar nessa cidade, nada acontece. Não nos encontramos, mas também tento não entrar muito em contato. Ele está apaixonado por outra. Meses depois a outra já não está mais interessada. Voltamos a nos falar. Vamos para uma festa. Ele chora com saudades da outra. Eu bebo todas, perco a linha, falo que ele é o motivo pelo qual mudei de cidade e que fui/sou/serei apaixonada por ele.
Nunca mais nos falamos.

FIM

domingo, 11 de dezembro de 2011

Daquilo que ela não entendia

Era uma vez um garoto. Um garoto qualquer. E, de fato, era o que ele era. Porque honestamente nada havia que o diferenciasse dos demais garotos. Não era nem tão bonito, nem tão inteligente, nem tão simpático. Era comum, pura e simplesmente.

Por obra do destino para os que nele acreditam ou por simples coincidência, eis que o garoto comum conhece uma garota. A princípio, uma garota também comum, mas que com o tempo foi se tornando cada vez mais incomum aos olhos do garoto.

O problema é que, por razões que só ela entende, a garota agora incomum se esforçava bastante para manter comum o garoto comum. Só mais um, pensava ela. Afinal, o que o diferenciava dos demais?

E com o passar do tempo, ao perceber a relutância da garota incomum em considerá-lo especial, o garoto comum resolveu que era chegada a hora de partir para encontrar o incomum em outras pessoas.

Ao vê-lo partir, a garota sentiu um vazio que nunca sentira antes. Como era possível que um garoto aparentemente tão comum e que ela tinha lutado tanto para manter distante pudesse levar consigo uma parte tão importante de sua vida ao ir embora? E foi só então que ela percebeu que ao mantê-lo afastado e comum, ela acabou por magoar não só o garoto nada comum, mas a si mesma.